Momentos em Família

Monday, September 03, 2018

Convicção ou alucinação?

Ontem passei por uma experiência inusitada, daquelas que não saem de nossas cabeças após finalizadas. Por voltas das 21:00 recebi uma mensagem do síndico dizendo que “viram um pessoal pular o muro do condomínio, perto da esquina da minha casa”. E que a fonte era um grupo de segurança do bairro. Eu estava no andar de baixo e me certifiquei que as portas estavam todas trancadas (normalmente não estão) e avisei o vizinho da frente. Quando ia falar com o vizinho ao lado recebi uma outra mensagem do síndico que me preocupou, “Diz que viram na sua sacada”. O quarto da Luísa é o único que tem uma sacada grande (sobre a garagem) e de fácil acesso pelo terreno vizinho. Senti meu coração saindo pela boca e subi às pressas as escadas (ela normalmente fica sozinha com a porta fechada e fones de ouvido, pré-adolescência...). Quando entrei no quarto tudo estava normal, ela estava sentada na cama como de costume e a saída para a sacada estava fechada (noite fria em Curitiba). Acendi as luzes da sacada e olhei pela janela do banheiro, silêncio total. Quando chequei novamente a tela do celular percebi que havia outra mensagem do síndico, “Diz que nessa sacada”, e mandou uma foto da sacada do quarto da Bruna, cujo acesso só é possível se a pessoa descer pelo telhado, ou seja, bastante improvável. Ele avisou também que já tinha solicitado ronda à empresa responsável pela segurança do condomínio e que deveriam se dirigir diretamente a minha casa. Neste momento relaxei. A Bruna estava com amigos no quarto pois estavam finalizando um trabalho de escola. Em algum momento foram à sacada, o que gerou toda a confusão. Um dos meninos, diagnosticado com leucemia, está com a cabeça raspada devido ao tratamento, e usava capuz naquela noite fria. Aliviado abri as janelas do meu quarto (ao lado do da Bruna) para tentar entender de onde estavam batendo as fotos. Difícil identificar exatamente, ainda mais com a iluminação precária daquele lado do bairro. Já ia fechando novamente a persiana quando me deparei com um catador de latas que caminhava vagarosamente. Ele se aproximou do muro, e com muita educação solicitou por qualquer tipo de ajuda (tinha vindo recentemente do norte do Paraná com toda a família, foi enganado, e estava passando por dificuldades). Eu disse que desceria e jogaria para ele comida e um pouco de dinheiro em uma sacola. O tempo que levei para descer, preparar o que entregaria a ele e ir lá fora foi demorado o suficiente para que ele pudesse me esperar. Pouco tempo depois recebi outra foto do síndico do momento em que estava conversando com aquele homem (tudo vinha de um grupo de whattsapp de moradores, tanto de dentro quando de fora do condomínio, do qual não faço parte). Certamente alguém expulsou o pobre coitado dali naquele meio tempo..., espero que ele tenha mais sorte numa próxima abordagem, e também com o seu futuro aqui na capital... Lembrei-me da música do Rappa: “as grades do condomínio são pra trazer proteção, mas também trazem a dúvida se é você que está nessa prisão”. Tenho convicção de que na próxima reunião de condomínio deve ser discutida a colocação de uma “cerca melhor”, sendo que na verdade ninguém a tentou transpassar. Assim mantemos o status quo e fazemos jus à música "Minha Alma (A paz que eu não quero)”. E evito pensar no que de pior poderia ter acontecido, com tanta gente neste país aderindo às ideias do Bolsonaro...

Friday, January 10, 2014

Cinco Gerações - 1976


Vozinha Querida


Acabamos de receber a notícia da morte da vó Zulmira. Estivemos em Ribeirão Preto há 1 mês e conseguimos nos despedir de nossa vozinha. Ela estava em casa, e muitíssimo bem cuidada. Apesar de não mais conseguir falar, nos acompanhava com os olhos enquanto falávamos com ela (tenho comigo que nos reconheceu, seu semblante demonstrava isso). As meninas tiveram o prazer de todos os dias em que estivemos lá darem "um oi" para sua tataravó, e certamente a terão forte na lembrança. A Bruna quando soube de sua morte comentou conosco que quase chorou ao vê-la na cama, coisa que não tinha nos contado até então. Fico muito feliz das meninas a terem conhecido, afinal são poucos que tem o privilégio de conhecer algum tataravô, e mais feliz ainda por saber que não irão esquecê-la. Tive também o privilégio de conhecer a vó Maria (mãe da vó Zulmira). Estava com ela quando comecei a andar e apesar de não me lembrar daquele dia, não esqueço sua fisionomia e seu sorriso, devido às fotos que foram batidas. Obrigado vó Zulmira pelo que a senhora fez por nós. Descanse em paz, e saiba que ficaremos bem, pois levamos conosco todos os seus ensinamentos.

Wednesday, August 14, 2013

Check-up Executivo

Cheguei as 7:30 na recepção do Hospital Marcelino Champagnat e fui prontamente atendido. Esperei por menos de 2 minutos na recepção e fui conduzido ao quarto 806, quando o mesmo me foi apresentado, com todas as suas comodidades. Coloquei minhas roupas de trabalho, que havia trazido ma mochila, nos cabides e aguardei por um instante a chegada da enfermeira. Houve coleta de sangue por ela e depois veio outra para medir pressão e temperatura. O trem passava neste momento e pode-se dizer que o barulho é alto demais para se ouvir de um hospital. A enfermeira inclusive comentou que o hospital não tinha se dado conta disso no momento da decisão pelo local de construção. Ela em seguida me conduziu a uma sala onde esperei por 3 minutos, quando vieram me buscar. Entramos na sala de ecografia onde fui deixado à espera do médico (já deitado e com os guardanapos a postos). O médico chegou em 10 minutos. A ecografia do abdômen durou mais 10 e fiquei outros 35 aguardando a enfermeira vir me buscar.
Cansado de esperar saí da sala e uma moça já estava chegando e disse que me conduziria até o quarto. Na espera pelo elevador, um médico, que estava saindo, quando nos viu entrou novamente no elevador. Ele me chamou pelo nome, seguiu conosco até a porta do quarto e disse: "já já conversamos". Enfim consegui esvaziar a bexiga e aproveitei para coletar a urina.
O motivo da demora foi pelo fato da enfermeira ter precisado se ausentar. O irmão dela de 24 anos, que estava doente há alguns dias, tinha acabado de falecer...
Ao chegar no quarto logo me foi entregue o café da manhã. Comi tranquilamente assistindo a TV Senado (descobri que em algumas cidades do país os exames  biométricos para a Justiça Eleitoral estão sendo realizados  em Shopping Centers). O Dr. Eduardo entrou em seguida e me fez várias perguntas. Resumindo: preciso praticar esportes e tenho um histórico na família que é preocupante. Às 10:00 descemos para a área de cardiologia. Esperei uns 3 minutos e entrei em uma sala chamada Métodos Gráficos Cardiológicos, tirei a camisa e deitei. Em seguida me rasparam os pelos do peito e colocaram uns troços que pareciam ventosas. Nas pernas e braços também foram colocadas pinças. Bem, quando eu achei que ia começar já tinha terminado (toda a preparação é muito maior que o tempo de ciclo...). Parece prensa! Bem, esperei novamente uns 3 minutos e fui para a esteira. Foram 4 velocidades e níveis de inclinação diferentes. Aos 10 minutos de "prova" estava numa subida forte a 8 Km/h. Ainda bem que foi a parte final.
Mal tinha voltado a respirar normalmente e fui encaminhado para o urologista. Apenas me fez algumas perguntas e como não havia qualquer preocupação fui liberado sem nenhum tipo de exame. Beleza!
Em seguida fiz ecografia do coração. A Dra comentou a facilidade que temos nos dias de hoje com o uso do IPhone. Não fez maiores comentários sobre o exame, apenas me perguntou se eu havia feito o teste da esteira um pouco antes, confirmei que sim. Em seguida voltei para o quarto para a massagem relaxante! Vida difícil esta...

Ao terminar baixei a persiana do quarto e deitei sem ligar a TV, para dar prosseguimento àquele momento de tranqüilidade. Mas nem deu tempo, entrou no quarto o dermatologista e me fez outras dezenas de perguntas. Me receitou uma pomada para os pés e reforçou o cuidado com a exposição ao sol. Na seqüência tomei um banho e na saída havia um concierge (que chique) me esperando com um brinde (uma camiseta do hospital) e perguntou se eu ficaria para o almoço. Bem, já era meio-dia e não seria má ideia. A comida certamente não era a que conhecemos de hospital, pois há lá dentro um restaurante A la carte com uns 40 lugares, muito bom por sinal. Saindo de lá fui diretamente para a Volvo. E que venham 100% os resultados dos exames.

Sunday, January 06, 2013

"Reseita" de Peixe e Legumes

Há algumas semanas procurava por uma receita do Celso Freire no Youtube. No dia 01/12 eu e o Dudu participamos de um evento Gastronômico na PUC, parte do Programa de Desenvolvimento de Lideranças da Volvo. Foi fascinante, o próprio Celso nos deu todas as dicas e os pratos ficaram maravilhosos, mesmo sendo a maioria de nós “marinheiros de primeira viagem” nesta arte.
Bem, logo no início do vídeo a Jô me chamou e fui até a cozinha para conversarmos. A Lulu acabou assistindo sozinha aos quase 18 minutos de vídeo, que, convenhamos, para uma criança que recém completou 6 anos, é praticamente uma eternidade.
Quando voltei o vídeo tinha recém terminado. Pedi então a ela que escrevesse a receita, afinal iríamos fazer aquele prato em breve. Bem, a imagem do blog mostra a obra de arte e neste último sábado (ontem) ela nos fez ir ao Mercado Municipal e comprarmos peixe e legumes para que pudesse fazer o jantar.
O mais interessante de tudo isso é que fomos almoçar no restaurante Tierra del Fuego do Argentino Pedro Montefusco, com quem fiz um curso de churrasco há alguns anos, já com o combinado de que iríamos ao mercado assim que saíssemos de lá. E não é que nos encontramos com ninguém menos que o Celso Freire em pessoa, que tinha ido até lá para comprar as famosas empanadas (segundo ele as melhores da cidade). Comentei que iríamos comprar os ingredientes e que Lulu é quem iria montar os pratos. Ela só olhou para ele, e um pouco envergonhada não disse nada. Mas escutou do próprio Celso: Não se esqueça, apenas 3 minutos no microondas e o prato estará pronto.
E assim fizemos, com um pouco de bagunça e todos se trombando na cozinha, como “acontece nas melhores famílias”.
E no almoço de domingo (hoje) ela pediu para que eu contasse a todos como foi o jantar de ontem. Será que a baixinha ficou orgulhosa do próprio feito?


Fotos do evento: https://picasaweb.google.com/103374422726566415706/LuluChefDeCozinha#

Vitamina Real

Neste Natal pedimos para o Biso Toninho fazer um lanche para todos na casa do Dindo Serginho. Foi na noite do dia 25, pouco antes do Biso pegar o ônibus de volta para Ribeirão Preto. A ideia foi da Bruna, que fez uma ficha para escolha dos ingredientes para cada "cliente" da lanchonete. Há alguns dias eu e a Jo comentamos que seria interessante se o meu avô abrisse em Cornélio Procópio um local para sucos e sanduíches semelhante ao Banana Tropical. A Bruna não apenas gravou a conversa como criou uma ficha semelhante, com logotipo da Vitamina e Real e espaço para 3 assinaturas, dela, da Luísa e do Biso. A Silvinha ainda escaneou o desenho original e imprimiu diversas cópias, para que todos pudessem realmente fazer os seus pedidos através das fichas. Foi muito legal! E sinceramente creio que a ideia faria sucesso em Cornélio, semelhante ao que tivemos naquela noite. Aos mais antigos bateria uma saudade da velha lanchonete, e os mais novos poderiam não apenas escolher o lanche e suco com os ingredientes ao seu gosto, mas conhecer o velho Toninho, que tanta história fez naquela cidade, dos anos cinquenta aos oitenta.

Sunday, October 28, 2012

Saudades

Esta noite sonhei com a avó Anna. Ela estava ótima, conversando bastante, muito animada, como a conhecíamos. Até me chamou para dançar (lembrei-me do dia do meu casamento). Sua aparência era a mesma do ano em que moramos juntos em Cornélio, eu, ela e o Ivanzinho. Foi um ano ótimo, fiz muitas amizades, pessoas nota 10, com as quais temos contado até hoje (inclusive padronizamos a frequência de encontro para cada mudanca de estação, e tem funcionado muito bem). O sonho foi tão real que eu estava em êxtase em tê-la tão bem ao nosso lado, e agradecia ao fato dela ter “voltado” naquela condição, como se tivesse ressuscitado e de não ser verdade o fato de a termos perdido recentemente.
Quando acordei bateu um momento de tristeza, pois o sonho parecia mesmo real. Fomos à missa e então percebi que hoje faz exatamente um mês de seu falecimento, dia em que nos deixou (aquele mesmo em que completou 87 anos de idade). Somente uma pessoa que viveu para unir as pessoas, e para tentar evitar seu sofrimento, poderia agir desta forma, nos deixar uma única data que pudéssemos chorar por sua ausência.


Thursday, September 27, 2012

87 Anos de Luta

Hoje nossa vozinha querida está completando 87 anos. Mãe de todos nós, pessoa de incrível força e vencedora de grandes batalhas. Há poucos minutos recebi ligação da Tia Xuca dizendo que ela estava sendo levada para a UTI, pois estava muito fraca e com pressão baixa. Peço a Deus que aconteça o melhor para ela. Não tinha ideia do quanto amo esta velhinha querida.

Saturday, July 07, 2012

50 Anos do Dindo